DIA DE ACÇÃO INTERNACIONAL – TRANSGÉNICOS FORA, 17 de Abril, Lisboa (Rossio), 15H

ALGUÉM QUER ARROZ TRANSGÉNICO?
Manifesta!  Dia 17 Abril, sábado, às 15h na Praça do Rossio, Lisboa

A Plataforma Transgénicos Fora convoca todos os cidadãos a manifestarem-se contra a proposta de introdução de arroz transgénico na União Europeia, no dia 17 de Abril a partir das 15h na Praça do Rossio em Lisboa. Com esta concentração na Praça do Rossio pretendemos informar e chamar a atenção de tod@s sobre esta situação, e mostrar que os cidadãos portugueses não querem a aprovação de arroz transgénico produzido e consumido em Portugal.
Teremos banca informativa, jogos, música e um enorme arroz doce biológico para partilhar! 🙂

Esta manifesta! está integrada num dia internacional de acção contra os transgénicos, focando-se no actual problema da tentativa de introdução de Arroz Transgénico em Portugal, e representando solidariamente também o dia da Luta Camponesa (no dia 17 de Abril de 1996, 19 camponeses foram assassinados durante uma manifestação do “Movimento dos Sem Terra”, pela polícía brasileira. Desde então assinala-se o Dia Internacional da Luta Camponesa, em memória dos falecidos e pelas lutas dos camponeses em geral.)

Os transgénicos ameaçam a nossa saúde e o meio ambiente. Contaminam outros cultivos e destroem a agricultura familiar, agravando a fome no mundo. A coexistencia não é possível. Somos consumidores/as e agricultores/as e temos o direito e a responsabilidade de conhecer e decidir como e onde se produzem os nossos alimentos.
Alguns dos perigos destes cultivos para o meio ambiente e para a agricultura são o aumento do uso de tóxicos (pesticidas e herbicidas) na agricultura, a contaminação genética, a contaminação do solo, a perda de biodiversidade, o desenvolvimento de resistências em insectos ou os los efeitos não desejados noutros organismos. Os efeitos sobre os ecossistemas são irreversíveis e imprevisíveis.

Os transgénicos reforçam o controlo da alimentação mundial por parte de meia dúzia de empresas multinacionais. Os países que os adoptaram massivamente o cultivo de transgénicos são agora exemplos crassos de uma agricultura não sustentável. Na Argentina, por exemplo, a entrada massiva de soja transgénica exacerbou a crise da agricultura com um alarmante aumento da destruição dos seus bosques primários, o deslocamento de camponeses e trabalhadores rurais, um aumento do uso de herbicidas e uma grave substituição da produção de alimentos para consumo local.
A solução para a fome e desnutrição passa pelo desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e justas, pelo acesso aos alimentos e emprego de técnicas de agricultura ecológicas. A indústria dos transgénicos utiliza o seu poder comercial e influencia a política para desviar os recursos financeiros que requerem as verdadeiras soluções.

Por estes motivos contamos com a vossa presença em Lisboa, no Rossio às 15h para participar e animar a Manifesta!, representando um momento importante para informar e demonstrar uma posição pública sobre a tentativa da Bayer de introduzir a produção de arroz transgénico para consumo humano em Portugal.
O Governo português ainda não tomou posição sobre isto, mas calcula-se que se os cidadãos não se manifestarem, dirá o Sim à Bayer e daí a termos todo o arroz português contaminado é um pequeno passo… que não queremos dar!

Arroz Transgénico – Situação Actual:

Portugal é o país da Europa que mais come arroz, per capita. Este cereal representa um pilar central na nossa alimentação e cultura gastronómica. E até agora não havia arroz geneticamente modificado em circulação na União Europeia.

Neste momento a Bayer, uma multinacional alemã, pretende importar para toda a União Europeia uma variedade de arroz geneticamente modificado, para consumo humano. Este arroz GM foi manipulado para aguentar elevadas doses de um herbicida (glufosinato de amónio) que mataria as variedades convencionais. Mas não há país nenhum no mundo que cultive arroz transgénico para fins comerciais e, além disso, o glufosinato de amónio é tão tóxico que já está oficialmente prevista a sua proibição na União Europeia. No entanto a Comissão Europeia quer a sua aprovação e está previsto que seja votado em Bruxelas (ainda não há data marcada) se este arroz LL62 da Bayer vai ou não poder chegar aos nosso pratos. Se houver aprovação, países como os Estados Unidos poderão começar a exportá-lo (nos estados unidos ja pode cultivar só não existe mercado no momento. então podem cultivar mas no existe incentivo para cultivar). E a partir daí a contaminação vai liquidar o arroz não transgénico, como já está a acontecer com no milho e na soja, Aconteceram vários casos de contaminação nos estados unidos em 2007, que resultaram numa crise que seguiu para os produtores de arroz americanos, tornando o mundo irreversivelmente dependente de uma empresa cujo único objectivo é o lucro.É um mau negócio para todos, mas é um excelente negócio para a Bayer.

Se não quiser assistir passivamente a este desfecho, junte-se a nós Dia 17 Abril, sábado, às 15h na Praça do Rossio, Lisboa, para uma concentração pública e criativa em que todos juntos podermos mostrar publicamente que não queremos a aprovação do arroz transgénico para produção e consumo humano.

SABIA QUE…

… o arroz é o alimento mais importante do mundo? Mais de metade da população mundial come arroz todos os dias. E, de entre os europeus, os portugueses são os maiores consumidores de arroz: cada um de nós come em média cerca de 15 quilos por ano!

… a empresa Bayer pretende que a União Europeia aprove até ao final de 2009 a importação e consumo do arroz LL62, um arroz transgénico que é muito diferente do arroz convencional tanto em termos de vitaminas (B5 e E), como em cálcio, ferro e ácidos gordos?

… o arroz transgénico LL62, da empresa Bayer, foi manipulado para se tornar resistente a grandes doses do herbicida glufosinato, também da Bayer? Isso significa que cada bago de arroz transgénico vai ter mais resíduos desse poluente do que qualquer outro tipo de arroz – e o glufosinato foi avaliado como sendo de «alto risco» para o ser humano e outros mamíferos.

… na verdade, esse herbicida glufosinato é tão tóxico que já foi decidida a sua proibição na União Europeia a partir de 2017? Se a União Europeia aprovar o arroz transgénico é como estar a dizer: «Não permitimos cá este herbicida, mas não queremos saber se abrimos as portas para este arroz ser produzido noutros países que assim vão ficar poluídos. Também não nos interessa se o glufosinato, apesar de proibido, acaba por voltar a entrar na nossa cadeia alimentar através do arroz que importarmos.»

… os resíduos do herbicida não desaparecem quando se coze o arroz?

… a entrada do arroz transgénico na Europa, segundo documentos da própria empresa Bayer, vai levar à contaminação dos campos de cultivo de arroz normal?

… a Bayer não é de confiança? Nos Estados Unidos em 2006 uma das suas variedades de arroz transgénico, apenas autorizado para testes experimentais, contaminou extensas áreas de arroz agulha e o resultado foi um prejuízo superior a 1,2 mil milhões de dólares para toda a indústria arrozeira daquele país. E a Bayer, o que fez? Descartou-se de todas as responsabilidades afirmando simplesmente em tribunal que esse acidente tinha sido «um acto de Deus»!

… esta é uma decisão sem retorno? Não existe cultivo comercial de arroz transgénico em país algum do mundo. A Bayer quer forçar a União Europeia a aprovar a importação do arroz LL62 de modo a depois começar o cultivo em países com legislação mais frágil. A consequências será a contaminação das variedades de arroz um pouco por todo o mundo. E finalmente a União Europeia ver-se-á obrigada a autorizar o cultivo transgénico também por cá, porque – tal como já acontece com outras espécies – as variedades normais de arroz terão ficado irremediavelmente comprometidas.

… nada está perdido? Ainda estão pela frente duas votações em Bruxelas, uma a nível de comité regulador e outra no Conselho de Agricultura, que ainda não têm data marcada. Portugal tem 12 votos e são necessários 91 votos contra para bloquear esta aprovação. Para a chumbar definitivamente é preciso reunir 255 votos (existe um total de 345 votos no Conselho). Se Portugal se abstiver é como se estivesse a votar a favor – só um voto contra é que interessa! Por isso vale a pena mostrar ao ministro de que lado temos de nos colocar, porque a nossa posição pode fazer a diferença na balança europeia.

Mais informações sobre Arroz Transgénico aqui.

A Plataforma Transgénicos Fora é uma estrutura integrada por doze entidades não-governamentais da área do ambiente e agricultura (ARP, Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português; ATTAC, Associação para a Taxação das Transacções Financeiras para a Ajuda ao Cidadão; Campo Aberto, Associação de Defesa do Ambiente; CNA, Confederação Nacional da Agricultura; Colher para Semear, Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais; FAPAS, Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens; GAIA, Grupo de Acção e Intervenção Ambiental; GEOTA, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente; LPN, Liga para a Protecção da Natureza; MPI, Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente; QUERCUS, Associação Nacional de Conservação da Natureza; e SALVA, Associação de Produtores em Agricultura Biológica do Sul) e apoiada por dezenas de outras. Para mais informações contactar info@stopogm.net ou www.stopogm.net

Mais de 10 mil cidadãos portugueses reiteraram já por escrito a sua oposição aos transgénicos.

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