Oficina das ervas comestíveis, 13 de Março (domingo), Avenal (Vilar – Cadaval)

Balanço da Oficina das Ervas Comestíveis

Organizado pelo MPI, com o apoio da Associação Desportiva, Recreativa e de Melhoramentos do Avenal (Vilar – Cadaval) e da Junta de Freguesia de Vilar, realizou-se no passado domingo, dia 13 de Março, a Oficina das Ervas Comestíveis.

A participação de vários elementos da Sociedade Portuguesa de Naturalogia entre os inscritos, proporcionou um contributo muito importante pela partilha do seu conhecimento o que valorizou a actividade.

Apesar da ameaça de chuva, foi possível cumprir o programa previsto, começando com um percurso pedestre para identificação das ervas, e que revelou que basta percorrer alguns metros para se encontrarem inúmeras espécies de plantas espontâneas silvestres, vulgo ervas, comestíveis. Borragem, acelgas, mostarda negra, urtigas, labaças, saramago, tanchagem, cardos, foram algumas das ervas encontradas.

Seguiu-se o ansiado momento do almoço, cuja ementa variada surpreendeu pela positiva os participantes. Sopa de grão e cardos, sopa de urtigas, tarte de labaças, feijão branco com almeirão, feijão encarnado com funcho, esparregado do campo (confeccionado com uma mistura de ervas: malvas, acelgas, mostarda negra e labaças, para além de couve portuguesa e salsa). Os frutos silvestres e as ervas aromáticas também tiveram um lugar de destaque com o pão de bolota, a trança de alecrim, o semi-frio de amoras silvestres, entre outras propostas eco-gastronómicas que estimularam o paladar.

Depois do almoço seguiu-se um momento de partilha e de informações complementares muito estimulante e que excedeu o tema da oficina.

Longe vão os tempos na nossa região em que era uma prática vulgarizada a recolecção de ervas para consumo humano, pelo que as actuais gerações estão totalmente desligadas do conhecimento ancestral da sua utilização, no entanto são sem dúvida um património que urge explorar pelas suas qualidades nutricionais (as ervas têm em geral maior teor de nutrientes do que as plantas hortícolas), qualidades organolépticas (sabor) e sobretudo por serem uma dádiva tão generosa da Natureza, que infelizmente é desprezada e impiedosamente destruída, demasiadas vezes de forma abusiva e inadequada, pela utilização de herbicidas quer pela população quer pelas autarquias locais.

A expectativa e curiosidade das pessoas que se inscreveram era grande, e é com agrado que sentimos que a actividade as superou!

Vilar, 15 de Março de 2011

 

Informação de divulgação

Na sabedoria popular consta uma longa lista de espécies de plantas silvestres directamente comestíveis pelas suas folhas, flores, talos ou rebentos, mas a nossa sociedade industrial foi-nos afastando desses conhecimentos.

O declínio da recolecção de ervas comestíveis deveu-se também a uma conotação negativa desta prática, pois há ainda recordações de tempos de escassez em que estes recursos silvestres eram muitas vezes os únicos disponíveis!

Ao contrário dos usos condimentares e medicinais, os usos culinários não se encontram bem documentados, por isso recuperar alguns dos conhecimentos populares e descobrir as vantagens do uso das ervas na nossa alimentação são os principais objectivos desta oficina, onde também não faltará a degustação de vários pratos confeccionados com ervas!

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