Comunicado: MINISTÉRIO DO AMBIENTE COMPROMETE (HIPOTECA) POLÍTICA NACIONAL DE RECICLAGEM

plataforma de oposição

Plataforma Ambiental de oposição à Fusão Valorsul – Resioeste

MINISTÉRIO DO AMBIENTE COMPROMETE (HIPOTECA) POLÍTICA NACIONAL DE RECICLAGEM

O Ministério do Ambiente está a promover a criação de um mega sistema de gestão de resíduos urbanos nas regiões de Lisboa e Oeste que irá enviar para aterro e incineração cerca de 80% dos resíduos, situação que vai comprometer o cumprimento das metas de reciclagem a nível nacional.

O novo sistema resultará da fusão entre os sistemas da Valorsul e da Resioeste e será o maior do país, correspondendo a cerca de 20% da produção de resíduos a nível nacional.

Na proposta de fusão está previsto que em 2018 sejam enviados para aterro e incineração cerca de 80% dos resíduos, o que irá impedir que este mega sistema cumpra as metas comunitárias previstas nas seguintes Directivas Comunitárias:

– Directiva Embalagens (Directiva 2004/12/CE)

Ano 2018

Metas directiva embalagens para 2011

(Directiva: 2004/12/CE)

Previsto no plano para 2018

Percentagem de cumprimento (%)

mil toneladas

Embalagens

115

80,8

70,4

– Plástico

18

7,6

41,7

– Papel/Cartão

39

26,9

68,7

– Directiva-Quadro de Resíduos (Directiva 2008/98/CE): em 2020, a reutilização e a reciclagem deve ser 50% (papel, metal, plástico e vidro)

As Associações da Plataforma (Quercus, MPI e ADAL) consideram que a atitude do Ministério do Ambiente é condenável, correspondendo a um forte retrocesso nas políticas de promoção da reciclagem.

Para justificar esta atitude, o Ministério do Ambiente tem argumentado que a ideia é aproveitar a capacidade excedentária da incineradora da Valorsul e também a existência de vantagens económicas.

No entanto, questionado formalmente pela Quercus, o Ministério do Ambiente não soube apresentar quaisquer números que justifiquem a sua posição, o que é natural, uma vez que a Valorsul continua a enviar grandes quantidades de resíduos para aterro e o estudo económico que sustenta a proposta de fusão está muito mal justificado.

A Plataforma defende que os resíduos da região da Resioeste antes de serem enviados para aterro ou incineração deveriam passar por um sistema de Tratamento Mecânico e Biológico, processo que permite reciclar entre 60% a 80% dos resíduos indiferenciados.

A Plataforma vê-se assim obrigada a apresentar este caso à Comissão Europeia como prova de que o Governo Português não tenciona cumprir as metas de reciclagem previstas a nível europeu.

Lisboa, 31 de Julho de 2009

Contactos: Pedro Carteiro (Quercus); 934285343; Rui Berkemeier (Quercus) 934256581; Alexandra Azevedo (MPI): 936 464 658; António Almeida (ADAL): 918 835 005

PARECER DA PLATAFORMA AMBIENTAL DE OPOSIÇÃO À FUSÃO VALORSUL/RESIOESTE

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