Balanço das PLANTAÇÕES E SEMENTEIRAS de espécies autóctones no SÍTIO DO VALE SALGUEIRO (Pêro Moniz – Cadaval)
Foram 8 pessoas que se juntaram à Elena e ao Tiago, proprietários do Sítio do Vale Salgueiro, para esta ação que pretende reabilitar o ecossistema agrícola. Para quem quiser relembrar as vantagens das sebes com vegetação autóctone aceda à exposição on.line: A Nossa Floresta Autóctone https://www.mpica.info/mpi-lour
Nessas 8 pessoas estamos a incluir a “jovem esperança” de apenas 3 anos, empenhado no trabalho com a sua pequena enxada! Como diz o povo, e bem: “Trabalho de menino é pouco, quem não o aproveita é louco“.
Zonas de intervenção
Foram 3 as zonas de intervenção nesta propriedade com cerca de 4 hectares:
– Ribeira caudal, para recuperação da galeria ripícola e adensamento do troco já existente, com a colocação de inúmeras estacas de salgueiro e a plantação de loureiros, sabugueiros, freixos e salgueiros.
– Área confinante com floresta de produção (eucalipto), onde o solo é mais pobre e algo de intervenções anteriores para melhorar a infiltração da água da chuva e retenção de nutrientes através da colocação de pequenas barreiras de terra e troncos de madeira, onde forma semeadas bolotas e plantados carvalhos-cerquinho, sobreiros e azinheiras.
– Junto à serventia, caminho que serve de passagem e acesso a outras propriedades agrícolas onde se pratica agricultura química, foram plantadas espécies arbustivas (murta, pilriteiro, faia-da-terra, folhado e sanguinho) ou de folhagem mais densa como o loureiro, junto à primeira e segunda pereiras, que serão posteriormente abatidas, para deste modo o pomar biológico proteger-se da aplicação dos pesticidas nas explorações vizinhas.
Proveniência e estatísticas das espécies
Provenientes do mini-viveiro de Alexandra Azevedo, presidente da direção do MPI: 5 Borrazeiras-preta (Salix atrocinerea), 9 Carvalhos-cerquinho ou Carvalho-português (Quercusbroteroi), 1 Freixo (Fraxinus angustifolia), 5 Pilriteiros ou Espinheiros-alvar (Crataegus monogyna), 9 Sanguinhos (Rhamnus alaternus) e 17 Sobreiros (Quercus suber). Total: 46 + cerca de 100 bolotas de Carvalhos-cerquinho ou Carvalho-português (Quercus broteroi)
Provenientes do viveiro do ISA – Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa: 20 exemplares de cada das seguintes espécies: Aroeira (Pistacia lentiscus), Azinheira (Quercus roduntifolia), Faia-da-terra ou samouco (Morella faya), Freixo (Fraxinus angustifolia), Loureiro (Laurus nobilis), Murta (Myrtus communis), Sabugueiro (Sambucus nigra). Total: 140
Proveniente da Quinta da Murta: 4 Folhados (Viburnum tinus), várias estacas de Salgueiro (Salix sp.)
Provenientes do Sítio do Vale Salgueiro: algumas ameixeiras bravas, 1 Sobreiro, 3 Sanguinhos e uns freixos
Apenas ficaram por plantar cerca de 30 exemplares na sebe. A salientar o cuidado tido na plantação com a abertura dos covachos com a dimensão suficiente para acolher as plantas (torrão) que foi preenchido com terra de superfície (com mais matéria orgânica) e bem coberto com palha e ervas circundantes (empalhamento) para preservar ao máximo a humidade do solo e desse modo a sobrevivência das jovens plantas.
Todo o nosso trabalho foi abençoado pelas chuvas que caíram nesse mesmo dia à noite e durante a semana seguinte. Está prometido voltarmos no próximo ano para avaliarmos os resultados, substituir plantas que morreram e adensar as áreas intervencionadas, eventualmente com mais espécies da nossa flora nativa.
O Tiago e a Elena não esconderam a sua satisfação pela preciosa ajuda para esta ação que irá deixar a marca que desejavam desde o início. Foi sem dúvida um dia vivido em pleno com trabalho, partilha e convívio!
Outro objetivo é fazer ações semelhantes noutros terrenos agrícolas. E que a floresta renasça!
Aqui ficam algumas fotos.
PLANTAÇÕES E SEMENTEIRAS de espécies autóctones no SÍTIO DO VALE SALGUEIRO (Pêro Moniz – Cadaval)
10 de dezembro, 10.30h
O Sítio do Vale Salgueiro é uma propriedade agrícola vocacionada para a produção de pêra rocha em modo biológico. Vamos apoiar estes produtores no processo de recuperação e das marcas deixadas pela produção intensiva, que se praticava antes da aquisição desta propriedade há cerca de 4 anos, com a plantação e sementeira de espécies autóctones para formação de sebes agrícolas e de um pequeno bosquete.
Vamos partilhar:
– Conhecimentos e práticas na propagação por sementes de plantas do nosso bosque natural,
– Mão-de-obra e …
– “Comes e bebes” no almoço
INSCRIÇÕES OBRIGATÓRIAS (gratuitas), para melhor organização logística. Basta contactar-nos para: mpicambiente@gmail.com ou TM 936464658.
NÃO ESQUECER: Trazer calçado resistente e vestuário confortável e adaptado às condições meteorológicas; “Comes e Bebes” para partilhar; prato, talheres e copo (não descartável) e … boa disposição!
Quem tiver enxada, plantador e luvas, devem trazê-los.
As árvores e as florestas são essenciais à vida, desempenhando inúmeras funções e serviços ecológicos:
- Produzem oxigénio,
- Consomem o dióxido de carbono (um dos principais gases com efeito de estufa),
- Moderam as temperaturas,
- Facilitam a infiltração da água no solo (e consequente reabastecimento dos lençóis subterrâneos),
- Fixam o solo e impedem a erosão.
- Embelezam a paisagem, tornando-a mais atrativa para o turismo
- Dão abrigo e alimento aos animais (fauna)
A importância das sebes na agricultura
A região Oeste é extremamente humanizada, estando grande parte do seu território convertido em áreas agrícolas, onde é possível encontrar relíquias do anterior coberto vegetal nas sebes que ainda persistem. Importa pois redescobrir os benefícios que as sebes têm para a agricultura!
Assim, a juntar às funções atrás referidas as sebes proporcionam ainda:
- Proteção contra o vento e geadas
- Produção de lenha e frutos silvestres
- Controlo de pragas agrícolas, através do equilíbrio ecológico
Para que as sebes cumpram todas estas funções têm de ser formadas pelas espécies da flora nativa ou autóctone.
Para mais informações pode aceder à exposição online: A Nossa Floresta Autóctone