Balanço da Oficina das Ervas Comestíveis (2ª Edição)

Organizado pelo MPI, com o apoio da Associação Desportiva, Recreativa e de Melhoramentos do Avenal (Vilar – Cadaval) e da Junta de Freguesia de Vilar, realizou-se no passado domingo, dia 26 de Fevereiro, mais uma Oficina das Ervas Comestíveis que atraiu pessoas com imensa curiosidade em conhecer melhor este recurso da Natureza.

Depois de uma breve apresentação de todos os participantes, a actividade teve início com uma saída de campo para identificação das espécies de plantas diretamente comestíveis pelas suas folhas, flores, talos ou rebentos.
O permanente esforço para o controlo das ervas pela população em geral, em especial o uso de herbicidas, conduziu à sua diminuição, conforme atestam pessoas mais idosas em que outrora se conseguia recolher mais facilmente as ervas para alimentação, não só pela sua maior abundância, mas sobretudo por não haver o receio de estarem contaminadas pelos herbicidas ou outros pesticidas e poluentes. No entanto, e apesar da falta de chuva, foi possível observar inúmeras espécies, o que demonstra a sua capacidade de resistência mesmo nas condições mais adversas.
Nalguns locais, onde a intervenção humana era menor, o vigor e a diversidade das ervas constituíram autêntico deleite para quem como nós, nos dedicámos à observação atenta do que nos rodeia.
Terminada a saída de campo os participantes “invadiram” a cozinha e colaboraram na preparação de alguns dos pratos servidos no almoço, conhecendo assim alguns dos “segredos” culinários.

Seguiu-se o ansiado momento do almoço, cuja ementa variada surpreendeu, mais uma vez, pela positiva. Sopa de grão e cardos, sopa de urtigas, tarte de labaças, feijão branco com almeirão, feijão encarnado com funcho, esparregado do campo (confecionado com uma mistura de ervas como: malvas, acelgas, serralhas, morugem e tanchagem) e arroz de almeirões, foram os pratos principais, mas os frutos silvestres e as ervas aromáticas também tiveram um lugar de destaque com o pão de bolota, a trança de alecrim, o semi-frio de amoras silvestres, entre outras propostas eco-gastronómicas que estimularam o paladar.

“Descomplicar” a agricultura, ou seja, uma agricultura que coopere com a Natureza em vez de investir um esforço excessivo em procurar dominar e controlar a Natureza, aproveitar melhor os recursos que nos estão próximos, até como resposta à crise, a importância de uma alimentação saudável, sensibilizar para os riscos do uso generalizado dos herbicidas, foram algumas das ideias partilhadas no momento de tertúlia após o almoço e que ajudou a que o dia terminasse da melhor maneira!
Vilar, 27 de Fevereiro de 2012

Cartaz de divulgação do programa:

Esta entrada foi publicada em Oficina de Ervas Comestíveis. ligação permanente.